Poema Pra Você Ficar
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15 dezembro 2007

LONGE DE VOCÊ


Vida é minha verdade
Que não existe
Longe de você.

Sonho também.

Amor e
Amor.

Eu também não vivo
Longe
De você.

Nem meus versos,
Nem meu riso.

Tão jovens,
Ainda haverá
Uma razão
Para os nossos
Mesmo tortos
Ideais?

(Certas coisas de amor eu escrevia
Sem saber que doíam um mundo,
Um mundo
Que eu não pude
Entender...)

OLHOS AMOROSOS

O que falaram frases silenciosas,
O que esconderam olhos amorosos,
O que mentiram fugas simuladas,
O que dormiram sonhos prediletos;

O que machucam flores com um beijo,
O que educam rosas entre espinhos,
O que conspiram anjos de inocência,
O que derramam lágrimas de amor;

O que fizeram nós entre as palavras,
O que disseram frases imperfeitas,
O que veneram olhos silenciosos,
O que apaixonam poetas tão tristonhos...

O que esconderam olhos amorosos...
O que apaixonam poetas tão tristonhos...

01 agosto 2007

MELLOVIA

Quando passo a Mellovia*,
meus olhos

Se enchem de dor.
Viver
E não sair do papel.
Querer ser tua noite,
O teu último acrobata.
Penetrar no teu ventre, como
Um artista
Niilista que quer
A perfeição
Das formas.
O árido prazer de ficar
Proscrito
De tua sedução, eu não
Suportarei
Viver tão só.
Viver
E não sair do papel.
Quando alguém bate à porta,
Meus olhos
Se enchem de dor.
Viver
E não sair
Do papel.
Eu juro
Que te vi aqui.
Mas foi... bobagem... um sonho
Que eu
Sabotei...
Quando desço a Mellovia,
Parece uma canção
Me toca,
meus olhos
Se enchem de dor.
Viver
E não sair do papel...



(* Mellovia: corruptela atribuída por mim  ao nome da Rua Mello Viana, em São Lourenço-MG)

DE TEU BEIJO AZUL

Bruna perdeu o seu brinco na areia,
E entre o seu riso fazer festa
E eu pensar em nada,
A cadência das ondas...
Bruna perdeu os seus olhos que incendiavam
Provavelmente
Meu coração,
Na areia...
E os muitos diamantes na praia salpicados
São formas imprecisas de seu beijo azul.
Adeus, meu poema, Bruna, pétala, cetim!
Pra mim,
Então que te perscruto no brinco que perdeste
Entre conchas marinhas de sunset beach,
Nem encontro teus olhos tristes
Distribuindo formas
De teu beijo azul pra mim.

30 julho 2007

DA CLARIDADE PELA PORTA

Não sei o seu nome,
Mas sei que você
É o prolongamento da claridade pela porta
Aberta;
Comporta
A cegueira momentânea
E a sensação de se estar
Fascinado
Por alguma
Viagem
Diferente.
Naufragar num ricto,
Num riso,
Num olhar
Calmo e terreno!
Ah, seu mar-da-boca-
Céu-oceano-límpido-amor!
Não feche a porta, não
Acabe essa
Cegueira momentânea, essa
Preciosa
Claridade,
Não!

POEMA PRA VOCÊ FICAR





Menina, vou-me embora,
Parto já,
Não olhe na parede
(Desse mais
Tristonho olhar)
O meu poema pra você ficar.
Vou-me embora por uma causa,
Por uma rebeldia nobre,
Mas que não cobre,
Nem a seu sorriso ledo cobre,
Nem a seu
Esquecimento.
Eu que previvo
Nos seus sonhos,
Na
violência castanha de seus olhos,
Sua realeza,
Fortaleza,
Sedução, sua
Mão.
Ah, suas pálpebras e as suas,
As suas mãos me arrastando, abraços.
Menina, vou-me embora,
Parto já,
Por favor, não olhe na parede
(Pedindo)
O meu poema pra você ficar...